Eu, coisificado

Após a leitura do poema: “Eu, etiqueta”, de Carlos Drummond de Andrade, chega-se a triste conclusão que o protagonista é alguém extremamente perturbado com o consumismo que lhe é imposto pela mídia. Extremamente nós mesmos. Personifica a nossa geração, com excesso de vaidades, marcas e etiquetas ,e, que está se sentindo uma coisa, um simples objeto de consumo. Estamos perdendo nossos valores mais caros e humanizantes, para os rótulos, marcas e símbolos das grandes indústrias, fábricas e revendas. Passamos a viver como meros consumidores, onde o ter sobrepõem-se ao ser. Torna-se imprescindível uma atitude, para que possamos diminuir o consumismo que consome nosso 'ser humano'.

Os atuais programas televisivos são, em sua maioria, emburrecedores e com uma carga intensa de propaganda, de produtos direcionados aos jovens que, no geral, aceitam com mais facilidade o que lhes chega como produto final, e, sem maior criticidade, passam a ser algo de vital importância.

Ainda, existe um trabalho contínuo e crescente, de forma dissimulada, em demonstrar que os educadores, pais e a própria sociedade são os responsáveis de os jovens não alcançarem a sua felicidade plena, nos campos sociais e econômicos. Que nossos jovens - 'os modernosos' - cometem delitos e extravagâncias como uma válvula de escape para suas frustrações.

A sociedade atual - nós - precisa(mos) encontrar um equilíbrio, uma chave racional que feche o 'shopping center da superficialidade' ou seremos, cada vez mais: “EU, ETIQUETA”... “EU, ROBÔ”... “EU, COISIFICADO.”

Clodinei Silveira Machado
silveiraselva@ibest.com.br
Santo Ângelo, RS



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