Cambona preta

Vou carnear um porco gordo na fazenda
Com a velha xerenga bem chairada
Já tomei um gól de mate topetudo
Vou com tudo, começar a empreitada

A cambona d'água quente tá no fogo
E a cuia tá com erva bem cevada
O piazedo tá brincando em alvoroço
Num retoço atiçando a guaipecada

(Dá de mão nessa cambona, meu guri
Dá de mão nessa cambona e trás aqui
Dá de mão nessa cambona, meu guri
Já te disse e não volto a repetir)

Este porco é um munaio de tamanho
De torresmo vai encher um gamelão
Dá salame, dá morcilha e carnaredo
E o couredo vai dar gosto no feijão

Na cozinha, nós não temos frigider
Frito a carne e boto na lata de banha
No descanso, pego a cuia e a cambona
De carona trago uma guampa de canha

Clodinei Silveira Machado
silveiraselva@ibest.com.br
Santo Ângelo, RS



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